Os 30 melhores livros infantis do ano

Os títulos mais bacanas lançados durante o ano de 2018 para as crianças. Quarenta e dois jurados ajudaram a escolher os melhores e um júri popular também elegeu um deles – para não faltar nenhuma boa indicação!

De que forma você vai se lembrar de 2018? Digamos que não foi um ano fácil para o Brasil nem para o mundo… Xenofobia, fake news, ataques ao feminismo e à diversidaderacismoaquecimento global, brigas virtuais e separações reais até entre os familiares. De certo modo, todas essas questões tomaram conta do inconsciente coletivo e acabaram influenciando nossos comportamentos – e o dos autores de livros.
Evidentemente, a maioria das obras lançadas em 2018 não foi produzida neste ano. Algumas já vinham sendo amadurecidas há tempos e outras foram publicadas fora do país em outras datas. Mas é curioso observar como a literatura reflete as tendências de nosso tempo, e como ela é um poderoso instrumento de conscientização e educação.
Na 14ª edição da lista dos 30 Melhores Livros Infantis do Ano da CRESCER, essa leitura fica bastante clara. Dos livros mais citados e recomendados por 42 jurados, há um recado urgente de que o mundo precisa de mais amor, empatia, cuidado com o planeta, respeito ao outro, beleza e valorização das coisas simples. Em tempos sombrios, é natural que os artistas tenham se recolhido em seus próprios corações e resgatado lá da infância, e dos seus sentimentos, o colorido da vida e um sentido para nossas causas e lutas.
Aqui, você confere como esses temas apareceram nessa seleção, que levou em conta a importância do tema, a criatividade, a inovação, a qualidade do texto, da ilustração e do projeto gráfico. E ainda percebe uma homenagem ao próprio livro, instrumento que nos fornece informação e nos leva a voos altos pela imaginação.

Mais do que nunca, essa é uma lista que traz valores necessários para criarmos cidadãos comprometidos com os direitos humanos e o meio ambiente, que possam fazer com que os próximos anos sejam lembrados pelo afeto, a consciência e o respeito.

E como o Colégio Educar preza todos esses valores, os nossos alunos do infantil III trabalharam esse bimestre com um dos livros da lista, o título Casa de passarinho.
Um trabalho gratificante que você pode conferir um pouquinho de como foi.

Casa de passarinho
Toda casa tem sala, quarto e cozinha, certo? Por que a do joão-de-barro não teria? O olhar curioso de duas crianças no texto de Ana Rosa Costa, imaginando como é a vida dentro da casinha, e as ilustrações de Odilon Moraes, que humanizam os passarinhos vestindo-os inclusive de terno e vestido, fazem desta uma publicação que brinca com fantasia e realidade. Será que as aves seriam casadas? E o que comem à mesa? Quando cai um graveto será faxina? Jogam dominó em seu tempo livre? Toda criança que já se perguntou como era a vida desse passarinho da porta para dentro vai se sentir um pouco protagonista.

Confira como foi essa experiência!

Confira os demais títulos da lista, a seguir:

Os convidados de senhora Olga
A barata de Franz Kafka, o coelho da história de Alice, a sereia de Hans Christian Andersen, os mosqueteiros de Alexandre Dumas, o barão de Ítalo Calvino, a baleia Moby Dick, Dorian Gray e seu retrato, o Homem de Lata, Pinóquio… A senhora Olga nunca estava sozinha em seus jantares. Cega e morando no alto da colina, toda noite ela recebia um convidado especial que relatava suas aventuras. Na realidade, sua convidada era a neta Nina, que diariamente ia à biblioteca guardar os detalhes de uma história para carregar colina acima.

A menina dos livros
Parece um monte de palavrinhas que servem apenas para compor a ilustração. Mas, olhando bem de perto, você descobre os nomes de livros clássicos que merecem ser conhecidos: As Viagens de Gulliver (Jonathan Swift), O Pequeno Polegar (Charles Perrault), Pluft, o Fantasminha (Ana Maria Machado), Alice no País das Maravilhas (Lewis Carroll), entre outros. É por meio deles que a menina dessa história vai cruzar um mar de palavras, escalar montanhas de faz de conta e prestar uma homenagem a esse objeto que nos leva a lugares desconhecidos.

Este livro está te chamando (não ouve?)
Os livros falam com a gente? Eles têm vozes? Este, da portuguesa Isabel Minhós Martins, chama o leitor a participar e a interagir com o papel. Mais que uma leitura, o livro aqui é um objeto para explorar, sentir cheiros, atravessar florestas com os dedos, ouvir barulhos, tocar nas gotas de chuva até virar uma tempestade. Ao transformar o papel em uma brincadeira interativa, sem precisar de uma tela brilhante para isso, Isabel segue os passos do francês Hervé Tullet, referência no assunto.

Um livro pra gente morar
Um livro pode ser uma casa, onde a gente queira entrar e se demorar, descobrindo palavras, rimas, desenhos. Esta seleção de poemas é assim: um lugar para abrir uma página e se sentir acolhido. Cada poema, de variados autores e épocas – entre eles, Paulo Leminski, Ricardo Azevedo, Ferreira Gullar e Sylvia Orthof –, aborda um conceito sobre o lar. Entre, a casa é sua! E descanse do mundo, como diz Roseana Murray em uma das poesias.

Aqui estamos nós
Quando Harland nasceu, o premiado autor de livros infantis Oliver Jeffers sentiu necessidade de explicar ao filho o mundo onde acabara de chegar. Dia, noite, tempo, gente, corpo, animais, terra, água, o menino obviamente lançaria um primeiro olhar para tudo isso, e o pai queria ajudar nesse processo. Assim, o autor parte do sistema solar para uma viagem cada vez mais próxima à realidade do bebê, situando o filho como habitante de um lugar chamado Terra e dono de algo chamado corpo. Ativista contra o aquecimento global, a xenofobia e as armas, Jeffers aproveita para passar os conceitos que julga mais importantes: cuidar do nosso planeta e de si próprio e respeitar as diferenças, sendo generoso com o próximo. Uma obra que também nos coloca em nosso lugar…

Se os tubarões fossem homens
Tubarões são predadores marinhos, a gente sabe. Mas, se fossem homens, provoca o dramaturgo Bertold Brecht (1898-1956), seriam mais “humanos”? Primeiro, conta, os tubarões construiriam gaiolas para os peixinhos, para que não morressem antes do tempo. Na escola, os peixes aprenderiam, em geografia, a localizar o caminho da boca dos tubarões e, em educação moral, a obedecer, se sacrificar com alegria e se afastar do comunismo – afinal, também descobririam que há diferenças de classes entre eles. E, embora todos os peixes sejam mudos, entenderiam que são “calados em línguas diferentes”, portanto, inimigos. Por fim, a religião revelaria que a vida só começa na barriga dos tubarões. Parece ter sido escrito para os dias atuais, não?

Os direfentes
Um dia a menina acordou e descobriu que o mundo andava diferente. Havia muitas pessoas estranhas, como as que saíam do salão de beleza com um aquário no cabelo, as que passeavam no parque presas à coleira e as que dirigiam para casa enquanto passarinhos bebiam água de suas bocas. Todas viviam como se não vissem nada disso. Preocupada, a menina pergunta à mãe se era diferente assim e ela garante que não. Será? Neste livro, que instiga a pensar nas diferenças e em como enxergamos o mundo, crianças e adultos refletem e se divertem com as ilustrações surrealistas.

Donana e Titonho
Nana e Tonho se conheceram jovens, catando quinquilharias na rua para viver. Casaram, tiveram sete filhos e passaram uma vida guardando o que, para os outros, não tinha serventia. Viraram Donana e Titonho. Na casa deles, pilhas de trecos, papéis, botões, garrafas vazias – “décadas de história, memórias encardidas”, “sentimentos em conserva”, “raivas enlatadas”. Porém, um dia, a enxurrada leva embora a casa e o casal. Um texto poético de Ninfa Parreiras que trata de um assunto marginalizado, que é o sofrimento de catadores de material reciclável, e que dá um recado urgente: a enorme quantidade de lixo que descartamos pode, um dia, descartar a gente. Tudo com as tintas sensíveis de André Neves.

Amoras
“As pretinhas são o melhor que há.” No livro Amoras, o rapper Emicida está falando das frutas que dão nome ao livro. Mas também está falando de orgulho racial, de representatividade, de autoestima, de imaginação, de tolerância religiosa. No primeiro livro infantil do rapper, baseado na música do álbum Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa, Emicida reproduz uma conversa que teve com a filha Estela, 7 anos – ele é pai também de Tereza, 1 – na casa de sua mãe.

O espaço
Quantos significados a palavra espaço pode ter? Do espaço sideral a um período de tempo, do vazio na boca quando perdemos um dente ao próprio lugar que ocupamos. É assim, numa viagem por espaços diferentes, que Blandina Franco e Lollo fazem pensar no mundo de coisas que cabem em cada espaço e em nosso tamanho. Eles partem do universo, passam pelas galáxias, o sistema solar, a Terra, o país, a cidade, a casa, o quarto, a janelinha na boca do Zé Luís até acabar dentro de outra imensidão: nosso espaço interno.

Enreduana
O primeiro escritor do mundo, quem diria, foi uma escritora. Enreduana era uma sacerdotisa, poetisa e filósofa que viveu em 2.300 a.C. na Mesopotâmia e é dela o mais antigo registro de um poema, quando não havia papel e o texto era registrado em placas de argila. Filha do rei Sargão, metida em política e apaixonada pela deusa Inana – que os autores tratam lindamente como sua esposa, uma ousadia para tempos tão sombrios –, ela foi expulsa de Ur pelo irmão, mas acabou retornando. Porém, quase ninguém hoje conhece essa história. Para tirá-la do apagamento das areias do deserto, nada melhor que contá-la com a sensibilidade do menor grão de areia do mundo, que presenciou sua trajetória até virar argila em uma de suas tábuas. Um poético recurso para trazer à luz essa grande mulher, sem cair no didatismo.

Apesar de tudo
Um livro sobre amor, amizade e as lutas que valem a pena. É assim esta obra do colombiano Dipacho, que pode estar falando apenas da complicada arte de se relacionar, mas que também dialoga com o atual momento de ódio virtual. É preciso coragem, paciência, perseverança e resistência para vencer as dificuldades e lutar pelo que amamos e acreditamos. Pois, apesar de tudo, o mais importante é estar juntos, seja você um pinguim ou não. Esteja você lutando por um relacionamento ou contra o aquecimento global – que Dipacho aborda de forma subliminar ao inserir um sol amarelo que cresce, até o gelo em que estão os pinguins começar a rachar.

Manu e Mila
Onde se encontra a alegria? É com essa pergunta de Manu a Mila que o autor André Neves traz, com a habitual sensibilidade, o delicado conceito de felicidade. Quanto precisamos procurar ou caminhar para encontrá-la? Mila acredita que ela pode estar mais próxima do que pensamos, em nosso jardim, em um pingo d’água, numa semente. Manu, ao contrário, crê que ela é muito difícil de atingir, deve estar boiando no oceano. Decidem procurá-la. Em pouco tempo, já estão brincando e dançando e, sem perceber, a alegria já tomou conta delas.

Se eu fosse um grande gigante
A grandeza do pequeno. Este é um livro que convida a refletir exatamente sobre esses conceitos de valor e o quanto podemos fazer ao nosso redor, independentemente de nossos tamanhos. Ser um gigante ou ter mais do que se tem não é exatamente uma promoção. É isso o que descobre o menino ao se deparar com as formigas e se imaginar enorme. Se ele fosse grande de verdade, o que faria? Trocaria as nuvens de lugar, abraçaria as montanhas solitárias, salvaria os barcos perdidos na neblina. Mas talvez fosse bem chato ser o único gigante do mundo…

Nunca acontece nada na minha rua
Luís Rodolfo é um desses adolescentes que sonham com uma vida extraordinária, recheada de grandes aventuras. Sentado à beira da calçada, ele reclama que nunca acontece nada em sua rua. O mau humor é tanto que não o deixa perceber tudo o que ocorre de incomum à sua volta, marcado em colorido neste livro que tem incêndio, bruxa, ladrão e até chuva de dinheiro e, claro, um garoto que não consegue enxergar ao seu redor as ações surpreendentes da vida. A felicidade está mais perto do que a gente pensa.

O gigante mais elegante da cidade
Jorge era um gigante muito desarrumado que decidiu ficar elegante. Comprou roupas novas e saiu pelas ruas a desfilar. O problema é que Jorge era o gigante com o maior coração da cidade. Ao ver a girafa com frio, deu sua gravata. Ao perceber que faltava uma vela para o barco do bode, deu sua camisa. Ao notar que a casa dos ratos havia pegado fogo, deu seu sapato. E, assim, peça por peça, ele foi se despindo, até não restar nada. Mas ele estava satisfeito de ter ajudado os amigos, mesmo que tivesse de voltar a usar sua camisola surrada. As crianças vão descobrir o valor de ser amável – e se divertirão ao repetir muitas vezes a canção cumulativa de Jorge.

Vazio
Um vazio pode surgir por uma perda, ser descoberto durante nosso processo de amadurecimento e de consciência do mundo ou aparecer sem motivo aparente. Fato é que cada um de nós carrega esse buraco na alma. O que difere é a maneira de lidar com os monstros que dali podem sair. Alguns tentam amenizar a angústia com comida, bebida, televisão, redes sociais. Outros creem que o outro é que pode aplacar nossa tristeza. Nessa busca incessante pela felicidade e pela completude, esquecemos de olhar para a beleza e a riqueza criativa que cada um carrega em seu interior. Descubra como essa sensação incômoda pode ser transformadora nesse livro de sensibilidade ímpar.

Olavo
Que cor tem a tristeza? Para Odilon Moraes, no livro que conta a história de Olavo, ela é marrom. O menino triste, porém, um dia se depara com uma surpresa: um presente à sua porta. Será que alguém se lembrou dele? Esse acontecimento é suficiente para tingir de azul de esperança e alegria a vida de Olavo, ainda que o marrom insista em permanecer quando o garoto não se acha merecedor daquela felicidade. Esta obra é para quem acredita que há esperança, ou que flores possam um dia ainda cobrir desertos.

Lulu e o urso
Era só uma caixa com objetos antigos da mãe: o urso de pelúcia, o casaco do vovô, um botão, uma flor, um par de óculos… E uma menina curiosa, perguntando sobre cada recordação. A mãe vai respondendo sem prestar muita atenção e, quando pede para não ser mais interrompida, a menina já havia se dado por satisfeita. Naquela realidade de páginas em azul e branco, cada um daqueles itens ganhou novo colorido na imaginação da criança e ela agora teria com quem brincar. Mais um primoroso trabalho de Carolina Moreyra e Odilon Moraes, que já ganharam o prêmio Jabuti por Lá e Aqui.

O monstro das cores
Qual é a cor da felicidade? Da tristeza? Da raiva? E quando tudo isso aparece misturado, como fica esse colorido e esse sentimento? Quando as emoções chegam todas embaralhadas, torna-se difícil entender o que está acontecendo. É preciso separá-las. Neste livro, Anna Llenas sugere que cada cor-sensação tenha seu próprio pote: o amarelo da alegria contagiante do sol, o azul da tristeza doce dos dias chuvosos, o vermelho da raiva que queima como fogo… Assim, a autora vai ensinando a nomear e expressar cada sentimento. Perfeito para tentar em casa!

Meu pai, o grande pirata
A infância é um lugar colorido pela imaginação. Nesta obra de Davide Cali, narrado em primeira pessoa por um menino, descobrimos que seu pai é um grande pirata que o visita uma vez ao ano. Ele lhe conta histórias de tesouros e aventuras e o garoto cresce com as cores dessa fantasia. Um dia, chega a notícia de que seu pai sofreu um acidente e as páginas vão perdendo seu colorido. O pai está vivo, mas de certa forma morreu: não era pirata, e sim mineiro. E assim morre também um menino, que perde sua inocência com a verdade. Mas, anos depois, ele descobrirá que, de certo modo, a tripulação sempre existiu e que, às vezes, precisamos pintar a realidade com tintas vivas de fantasia.

Chão de peixes
A autora Lúcia Hiratsuka busca na memória as cores e os elementos de sua infância para tingir este livro com as tintas e o traço delicado do sumiê, técnica de aquarela japonesa. Uma infância simples no interior paulista, com quintal, pé de fruta, galinhas, carpas, grilos, vaga-lumes, coelhos, retratada com muito sentimento nos versos inspirados em haicais. A beleza está ao nosso redor, nos elementos mais simples e na imaginação da criança, ensina essa obra.

A avó amarela
Sabia que saudade tem cor? A de Júlia Medeiros, autora dessa história, é amarela. É com esse tom que sua avó Esmeralda estava vestida em uma foto, já que a outra, Beatriz, usava azul no retrato. É baseada nas suas recordações que a escritora nos transporta para um Brasil do interior: de encomendar o galo vivo na feira para virar o almoço de domingo, de acordar antes de o sol sair, de ir à missa, da dentadura que repousa ao lado da cama, de juntar a família ao redor da mesa e do afeto em forma de comida. Mais que isso, nos transporta às nossas próprias lembranças, de uma infância muito diferente da dos nossos filhos. As crianças certamente vão ficar curiosas e querer saber das suas memórias depois dessa leitura!

Só de brincadeira
São 25 poemas ou 25 brincadeiras e brinquedos – como preferir, pois o livro é uma bem-sucedida junção dos dois. Nessa compilação de poesias sobre o brincar, Leo Cunha faz um convite para as crianças conhecerem brincadeiras como amarelinha, pula-carniça, bambolê, cata-vento, dominó e vaca amarela, e ao mesmo tempo provoca saudades nos pais. O importante, nesta obra, é se divertir e se deliciar com os poemas e as lindas ilustrações de Anna Cunha.

A fabulosa máquina de amigos
Pipoca era uma galinha muito simpática e prestativa, sempre tinha um elogio a fazer. Mas, nesse cenário rural e inocente, uma trama muito atual e cheia de ironia está por acontecer. Um dia, ela encontra uma tela brilhante, que recebia mensagens. Ficou deslumbrada com a máquina de amigos e começou a passar dias e noites teclando – deixou seus amigos de lado, não desgrudava do celular e quase foi atropelada por não tirar os olhos do aparelho. Até fazer uma festa para conhecer novos amigos e descobrir que o mundo virtual pode ser uma cilada. Sorte que ela tinha amigos de verdade por perto!

Aqui, bem perto
No começo, você jura que o urso é um amigo imaginário que passa os melhores momentos ao lado do menino protagonista: eles brincam de monstro e pirata, fazem guerra de travesseiros, veem TV comendo pipoca, dividem o biscoito, chutam poças d’água. Estão sempre assim, bem próximos um do outro. Certo dia, o urso cresce, vai embora e fica apenas a saudade, implacável. E, sem perceber, outro urso vai surgindo no meio dessa história. Mas, agora, a protagonista é a irmã mais nova… Quem tem um urso na vida vai entender o quanto é boa essa companhia!

Parabéns para você!
Este é um livro sonoro, mas não como os pais estão acostumados nos exemplares para bebês. É muito melhor do que a pura reprodução de sons de animais! A cada dupla de páginas, basta encostar o dedo no sensor que está em uma nota musical e um instrumento diferente é tocado: a flauta da ursa, o violão do texugo, o violino da gata, o piano do alce. Cada um executa uma parte da música de parabéns. Na última página, você descobre que todos se reuniram para a festa de aniversário da lontrinha e a canção, então, é tocada com todos os instrumentos – e uma vela se acende. Tem ilustrações lindas e os bebês ficam encantados.

Se eu abrir esta porta agora…
O que acontece quando ultrapassamos os limites impostos? Nesta obra de Alexandre Rampazo, que é em formato sanfonado, há dois modos de encarar a situação: com medo ou otimismo. De um lado da sanfona, cada vez que a porta se abre, um ser terrível aparece. Drácula, lobo, bruxa, saci, King Kong, todos eles representam o medo de transpor o limite do armário. Lá dentro, no fim, só vemos roupas e objetos pessoais, que fazem referência aos monstros citados. Do outro lado, cada vez que a porta se abre, um menino aparece em situações muito convidativas de brincadeira e diversão. Sabe aquela história do copo meio cheio, meio vazio? De que lado vocês vão querer ficar?

Bichos da noite
Quando a escuridão chega, traz mistérios consigo. O que acontece com a casa ao se apagarem as luzes? Para as crianças, tudo pode mudar: abrem-se abismos, cavernas, passagens secretas e saem os bichos. A cobra, a aranha, a libélula, a lagartixa e todos os seres imaginários agem na calada da noite. E, quando o medo parece dominar esse cenário, o conforto de ter os pais por perto faz o coração desacelerar nesta que é a primeira obra infantil de Mariana Ianelli. O livro traz uma interessante leitura visual de Odilon Moraes, que brinca entre o real e a imaginação da criança.

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