Se você ainda não tem um pet de estimação, certeza que seus filhos já te pediram um. Animais requerem cuidados, tempo e dinheiro investidos, por isso entendemos a resposta negativa, mas apesar disso, oferecem muitos benefícios, principalmente as crianças.
Um estudo realizado pela Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, concluiu que as crianças que convivem com cães de estimação têm menos probabilidade de sofrer ansiedade infantil. Para a psicóloga e psicoterapeuta especializada em comportamento infantil Andreia Calçada, o resultado do estudo faz todo o sentido. "A relação com o animal estimula o afeto, o companheirismo, a organização, a paciência, a responsabilidade... Quem tem uma tendência a desenvolver ansiedade na infância tem uma preocupação muito grande com tudo. O animal tira um pouco esse foco e ajuda a criança a aproveitar mais o momento e curtir ali com seu novo amigo, sem pensar no que vai acontecer depois, sem acelerar o fluxo", explica a especialista
A convivência com animais de estimação também melhora a qualidade da relação dos pequenos com as pessoas ao redor. Segundo um estudo da Universidade de Cambridge, aquelas que têm vínculo forte com os pets ajudam mais aos outros, aprendem a dividir e interagem mais. A pesquisa, que analisou o comportamento de crianças de 2 a 12 anos de idade, revelou ainda que algumas delas, principalmente as meninas, confiam mais nos bichos do que nos próprios irmãos. "Elas podem sentir que os pets não estão julgando e, como eles não parecem ter os próprios problemas, eles simplesmente escutam", explicou o psiquiatra Matt Cassels, um dos responsáveis pela análise.
Estudos científicos demonstraram que o contato de animais com bebês diminui os sintomas relacionados a infecções respiratórias. Além disso, outro estudo finlandês descobriu que bebês que tiveram contato com cães eram menos propensos a esses mesmos sintomas, tinham menos episódios e precisavam de menos antibióticos. É o mesmo para infecções de ouvido. Torna-se evidente que o contato repetido com animais domésticos promove o amadurecimento do sistema imunológico. A exposição a alérgenos transportados por cães e gatos que podem envolver nossos bebês reduz consideravelmente o risco de alergias futuras. Segundo elemento importante e não vamos brincar com trocadilhos: a obesidade. Seu cão se tornará o treinador experiente de seu filho e o inimigo número um dos quilos extras que ele pode armazenar. O primeiro compromisso de seu filho é atender às necessidades de seu cão ao ar livre. Portanto, será impossível para ele escapar dos passeios diários em que você o verá correndo atrás de seu cachorro a pé, patins, pedalando ... É uma forma bem camuflada de permitir que seu filho se mantenha em forma ou pelo menos ter atividade física regular. Através da brincadeira, elemento essencial da comunicação entre os dois, a criança se desenvolve, floresce e percebe que seu animal depende dela e lhe traz bem-estar.
Ter um relacionamento com um animal é uma maneira de transmitir lições importantes para a criança sobre nascimento, reprodução, acidentes e outros acontecimentos marcantes. Quando um bichinho morre ou se perde, elas têm contato com o luto, o que será útil em futuros eventos tristes da vida. Fora que, conforme o pequeno cresce e ganha tarefas condizentes com a sua idade no cuidado com o bicho, aprende também noções de responsabilidade.
Ok, você se animou e, finalmente, decidiu atender aos pedidos incessantes das crianças por um animal de estimação? A iniciativa é boa, mas vale analisar bem cada detalhe. Apesar de trazer vários benefícios, entre eles, o de ensinar seu filho a ter responsabilidades, os maiores cuidados ficam mesmo a cargo dos pais. A supervisão de tudo e a garantia de que o bichinho será bem cuidado é do adulto. Então, planeje como isso será feito, calcule os gastos, pense em como encaixar as necessidades do pet na rotina da família e pense que, principalmente nos primeiros meses, vocês precisarão se esforçar para educar o filhote. Isso porque o animal pode até ser um presente de Natal, mas, diferente de um brinquedo, que você pode guardar no armário ou doar para outra criança, o cachorro, o gato ou qualquer outro pet não tem volta. “Ao devolver ou abandonar o animal você estará ensinando que as decisões não têm consequência e ainda quebra aquele vínculo que se forma entre o bichinho e a criança”, lembra a psicóloga Andreia Calçada.
Conteúdo adaptado da Revista Crescer e do site bebê.com.
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