Desde a Antiguidade, o teatro, do latim theatrón (lugar de contemplar), é valorizado por diversos povos, seja para a prática de rituais religiosos como para o lazer e cultura.
O valor cultural do teatro é inegável, por complementar a formação cultural, além de incentivar a busca pelo conhecimento e a reflexão. Tais características fazem do teatro uma ferramenta fundamental para a educação e desenvolvimento de crianças e adolescentes, por trabalhar com a ludicidade, que é tão significativa para este público.
As peças teatrais representadas pelos alunos proporcionam momentos de aprendizado de valor inestimável, por ensinar diferentes temáticas de maneira lúdica e divertida.
Pensando na heterogeneidade presente nas escolas, que refletem a própria sociedade, o teatro consegue atender a todos os públicos, valorizando a diversidade e diversas culturas existentes.
O trabalho em equipe necessário à realização de uma peça teatral favorece o desenvolvimento pessoal e cultural dos alunos, levando-os a entender as próprias emoções e sentimentos, bem como dos outros, melhorando a expressividade (oral e escrita), na diminuição da timidez, estimulando a criatividade e, principalmente, a aceitação e convívio com as diferenças.
O preparo para a vida tem sido o maior objetivo das escolas que buscam uma educação de qualidade e o teatro contribui muito para a concretização deste ideal.
Crianças, adolescentes e jovens da atualidade nasceram sob a influência das novas tecnologias, que são muito atraentes e com recursos interessantes, porém o grande período de tempo que gastam sentados em frente a celulares e computadores tem afetado seu desenvolvimento.
Cada vez mais, os jovens têm se isolado, não participando do convívio social, além das complicações decorrentes da vida sedentária.
Também nestes aspectos o teatro pode ajudar, ao proporcionar momentos de contato pessoal, ampliar o conhecimento de mundo, aprender a falar e a ouvir o outro, compreender e refletir sobre pensamentos e realidades diferentes da sua.
O teatro favorece a atividade física, a partir da consciência e expressão corporal, que são fundamentais para a formação equilibrada do indivíduo. Afinal, o homem é um ser social e dinâmico, o que significa que não pode ficar isolado e sem se movimentar, porque isto faz parte de sua constituição física e emocional.
Por fim, o teatro desperta a criatividade e a liberdade de expressão, sendo uma arte que reflete a vida, ambas se misturando no espetáculo teatral.
Teatro na escola tem uma importância fundamental na educação, podendo colaborar para que a criança tenha oportunidade de atuar efetivamente no mundo, opinando, criticando e sugerindo e, também permite ajudar o aluno a desenvolver alguns aspectos: criatividade, coordenação, memorização, vocabulário.
A escola que insere o teatro em suas atividades faz com que seus alunos construam um crescimento cultural que vai além da sala de aula, por meio do discurso espontâneo da linguagem teatral, motivando e despertando uma aprendizagem prazerosa, construindo o desejo de se aprender. O teatro, quando devidamente estruturado e acompanhado, ajuda o professor a perceber traços da personalidade do aluno, do seu comportamento individual e em grupo, traços do seu desenvolvimento, permitindo um melhor direcionamento para a aplicação do seu trabalho pedagógico. No entanto é de enorme importância que o professor de teatro tenha formação não só pedagógica mas também artística, pois um mau direcionamento poderá levar a problemas futuros irreversíveis no desenvolvimento da criança. Para que o docente apresente aos educandos um conhecimento real e reflexivo, é essencial que seja levado em conta todo o contexto sócio cultural e econômico, partindo das experiências do mesmo.
O teatro direcionado às crianças deve estar obrigatoriamente relacionado com diversas áreas como a psicologia e a música, e não somente relacionado à disciplina de artes. É importante ainda utilizar o teatro por meio de recursos pedagógicos, pois apenas apresentá-lo de qualquer forma as crianças, sem que ocorra o planejamento, os resultados finais podem se tornar ineficazes, não atingindo o que se pretende desenvolver.
O teatro na escola pode colaborar para que as crianças possam se relacionar melhor com os colegas e o meio onde vive; construam seu conhecimento brincando e descobrindo seus espaços, se tornem mais participativos e responsáveis nas atividades em sala, projetos, e dinâmicas; formando indivíduos críticos e atuantes de sua própria realidade, opinando e sugerindo, formando cidadãos que valorizem as experiências e sabem lidar com as diferenças sociais do seu bairro. Os professores, familiares e a comunidade, devem conhecer a importância do teatro na formação dos alunos, a fim de contribuírem participando junto com os mesmos. Existem várias formas de teatro, porém os mais conhecidos são: onde o próprio homem atua, utilizando tanto máscaras ou fantoches, como também a sua imagem.
As modalidades de teatro aplicadas na escola focam uma proposta de ensino diferente da forma tradicional. O teatro infantil é uma apresentação cênica feita para crianças onde os atores utilizam muita criatividade, imaginação, fantasia e emoção. Os temas mais utilizados são os contos de fadas e fábulas.Por que é isso que alegra mais as crianças.Isso dá muita imaginação e criatividades para os pequeninos. Outro temas abordados no teatro infantil, principalmente no teatro destinado às escolas, são os temas transversais.
A pantomima pode ser considerada um jogo teatral que é realizado por cenas de ação dramática que se caracterizam por explicação da ação através do gesto. Podemos exemplificar essa afirmação através dos seguintes exemplos: A primeira atividade proposta foi a de arrumar uma casa: os elementos foram entrando e ordenando os cantos de cada. No final, cada elemento estava a fazer alguma coisa - ou lendo um livro, ou cozinhando, ou escutando música. Ou seja, o manipular simplesmente os diversos objetos estimulou as crianças a utilizá-los de imediato. A atividade do segundo jogo era colocar água num copo e bebê-la. Mas, assim que subiram mais jogadores ao palco iniciou-se a disputa pela mesma. Ou seja, os alunos viram-se obrigados a solucionar a questão entre-eles, recorrendo aos seus ensinamentos de cidadania. No terceiro jogo, a atividade era tocar um instrumento, e os jogadores subiam ao palco tocando cada um seu instrumento, até que um dos participantes regeu a orquestra, que passou a existir em função do estabelecimento de uma ordem mais ampla, fixando uma relação lógica da cena. Algo mais próximo ao jogo da ir do conjunto das ações é um bom roteiro. Foi atingido quando um dos jogadores subiu ao palco e propôs atividades de "tecer". Mas ainda que o grupo elaborou um cenografia, configurando um oficina de tecelagem, na qual eram desenvolvidas as mais diferentes atividades, desde dobrar panos até crochê ou costura à máquina. Somente numa fase posterior, quando voltamos ao jogo da atividade, o grupo manteve o foco solicitado pelo jogo.
O teatro de bonecos teve sua origem na Antigüidade. Os homens começaram a modelar bonecos no barro, mas sem movimentos e aos poucos foram aprimorando esses bonecos, conseguindo mais tarde a articulação da cabeça e membros para fazer representações com eles.
Os bonecos utilizados pelos alunos na escola seguindo a orientação de um professor têm um papel importantíssimo na educação, pois eles podem ajudar a desenvolver vários aspectos educacionais principalmente aos que estão relacionados à comunicação e a expressão sensório-motora. O professor deve deixar a criança manipular os bonecos à vontade. Aos poucos, a criança irá sentir uma vontade de criar uma fala, um diálogo para aquele boneco, aliando o movimento dele com a palavra.
O homem usa máscaras desde a Pré-História nos rituais religiosos. Na África, elas são esculpidas em madeira e pintadas. Já os índios americanos fazem-nas de couro pintado e adornos de penas. Na Oceania, são feitas de conchas e madeira e com madrepérolas incrustadas.
Existe um tipo muito antigo de máscara que é aquela desenhada no próprio rosto com tintas especiais, maquiagens e pinturas. Este tipo é muito utilizado pelos índios e pelos africanos nos seus rituais religiosos, de guerra, festas, etc.
Para a confecção, pode-se usar sacos de papel, cartolinas, tecidos, tintas, pratos de papelão, jornal, material de sucata, etc.
Esta atividade não é difícil de ser executada e será prazerosa para as crianças, pois elas poderão representar uma história com um material que elas mesmo elaboraram, pois estarão criando e recriando à sua própria dialética.
O teatro de máscaras promove a recreação, o jogo, a socialização, melhoria na fala da criança, desinibição dos alunos mais tímidos. Quando o trabalho em aula exigir o uso da palavra, a máscara que deve ser utilizada é aquela que cobre os olhos e o nariz deixando a boca livre, permitindo que a voz saia clara, exibindo a sua expressão verbal.
As crianças, representando com o rosto oculto, se permitem viver o enredo dos próprios personagens e o cotidiano social a que pertence.
É sempre de estimular que em todas as escolas, juntas de freguesia, comunidades locais, etc. se formem grupos de teatro constituídos por crianças e jovens.
Através do teatro as crianças podem estar, quase sem se aperceberem, a focar e imediatamente a solucionar, problemas locais, p.ex., tais como a discriminação racial, o ambiente, as tradições locais, o mau rendimento escolar, etc.
As crianças/jovens podem-se juntar em grupos e partir delas o tema a abordar, e daí desenvolverem o seu próprio texto.
Os grupos de teatro podem absolutamente colaborar na integração de crianças e adolescentes com deficiências de todo tipo, permitindo uma melhoria substancial da sua auto-estima e das próprias doenças que sofrem.
É de imensa importância que as crianças que constituem os grupos de teatro não fiquem com a percepção de que a vida de artista é bastante simplista e de diversão, pelo que as remunerações financeiras são de evitar (podem ser dadas ofertas culturais como bilhetes para outros espectáculos, livros, etc.). Deve-se sim, estimular o gosto da representação criando um futuro público de teatro.
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